Identidade Bate-bola

realizada em:  
04/2018
Local:  
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

TESE DE DOUTORADO de Priscila Andrade. Título provisório: A PERSONA NO COTIDIANO E A PERSONA NO CARNAVAL: BATE-BOLAS CARIOCAS E O ASPECTO IDENTITÁRIO DA MODA. Este trabalho visa ampliar o corpo de estudos sobre os processos identitários da moda. A pesquisa se dá com os Bate-bolas e as Bate-boletes, protagonistas de uma manifestação cultural do Carnaval do Rio de Janeiro. A partir do ponto de vista do design e em diálogo com saberes e práticas oriundos de outras disciplinas, como as ciências sociais, apresenta o mapeamento estético desta performance urbana ao analisar os aspectos materiais, processuais e simbólicos da manifestação. Tal reflexão parte da análise sobre o fantasiar no Carnaval, mas o relaciona com o vestir cotidiano e evidencia a relação com o eixo centro X periferia, levando em consideração a variante de gênero masculino X feminino.

A premissa do projeto de pesquisa é que o diálogo entre vestuário e fantasia possibilita um percurso interessante para analisar o processo identitário na moda, considerado como forma de criação de personas sociais que manifestam em sua aparência um recorte da estética de vestir da periferia carioca. 

A pesquisa se iniciou em 2017 com o mapeamento estético completo da manifestação dos Bate-bolas e Bate-boletes. Esta primeira etapa da pesquisa de campo teve diversas ações. Comparecemos a eventos como resenhas, exposição de fantasias e, durante o Carnaval, a saídas de turmas e visitas aos lugares da cidade frequentados pelos grupos, como a Cinelândia e o centro de Marechal Hermes. Também, ao longo do ano, acompanhamos a produção da festa e da fantasia exclusiva. Outras ações de campo foram planejadas pelo grupo de pesquisa Gandhis, como entrevistas individuais, visitas aos ateliês ou casas dos criadores, além da realização de ações coletivas como workshops e grupos de entrevistas em conjunto. 

Nesta fase foi importante comparar primeiro as fantasias e performances dos homens e das mulheres, por apresentarem diferenças, mas também semelhanças e continuidades que ganharam destaque quando confrontadas. Um primeiro panorama foi elaborado e este colaborou com a coleta de subsídios para o passo seguinte, o de identificação e análise das personas sociais. 

Para analisar os processos identitários de construção de personas, definimos que iríamos focar em uma turma específica, a Fascinação, que desde o início deste trabalho se mostrou muito interessada e presente em todas as etapas, sendo seus integrantes ótimos colaboradores do projeto. Esta etapa coloca em diálogo materialidades e subjetividades, através das seguintes ações:

a. questionário sobre etapas de criação e produção da fantasia para preenchimento do infográfico da produção.

b. entrevista em profundidade sobre história da vida do brincante, seus gostos para vestir e fantasiar, memórias de carnavais.

c. análise do guarda-roupa: registro fotográfico de peças do guarda-roupa, roupas e acessórios, apresentados pela persona em looks inventados na hora, de acordo com situações vivenciadas, lugares e eventos que frequenta. 

Até o momento, analisamos a primeira persona social escolhida, o Buda, cabeça da Turma Fascinação. Ao todo, a pesquisa irá analisar seis personas: três homens e três mulheres. Elas são as que mais se destacaram por sua exemplaridade com relação à sua aparência diferenciada, à sua importância no grupo, à sua criatividade, mas sobretudo pelo vínculo de amizade que se estabeleceu ao longo dos nossos encontros, por sua disponibilidade e riqueza de expressão nos diálogos estabelecidos. 

Para apresentar uma persona social, começamos com a realização dos vários “mapas” de análise de produção do festejo, da performance dançante, da vestimenta e da fantasia. Em seguida, é preciso sobrepor a camada da história social desse indivíduo para entender suas trajetórias, motivações e relevâncias. Por isso, são realizadas entrevistas em profundidade para que o indivíduo possa narrar algumas de suas histórias de vida, falar do passado, planos futuros e dos “projetos de vida”, assuntos possibilitados pelo vínculo de amizade e de confiança mútua que estabelecemos. O roteiro das entrevistas sempre foi aberto e semiestruturado e sua elaboração foi inspirada na pesquisa de Jessé de Souza (2009) para o livro Ralé brasileira: quem é e como vive.


Fotos realizadas em drone, na Saída da Turma Fascinação, Carnaval 2018. Registros da festas em sua territorialidade.

Registros da saída da Turma Fascinação, Carnaval 2018, para análise das fantasias, kits e performances.

Registros de todas as vistas da fantasia da Turma Fascinação, Carnaval 2018, realizado em estúdio.
Registros do guarda-roupa da persona Buda.
Exemplos de kits de vestuário cotidiano sugeridos ao longo da entrevista em profundidade.

Anderson Souza, Buda em poses sugeridas por ele próprio.

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